sábado, 10 de outubro de 2009

Emancipação do Conhecimento. Ou a verdade que escraviza o homem?



Emancipação do Conhecimento. Ou a verdade que escraviza o homem?

Emancipar é bom! Mas até que ponto? Onde queremos chegar com toda essa liberdade dos tempos atuais? Se isso fará com que o nosso período seja melhor do que o anterior, por que nossa sociedade é tão infeliz? A corrida dos tempos de atuais já não leva mais em consideração a direção, mais sim a velocidade, o prazer não pode ser deixado para o amanha, mas deve ser praticado aqui e agora. O senso comum não respondeu nossas duvidas, por isso ele esta ficando para traz, e abrindo espaço cada vez maior para a ciência.

O período atual pode ser chamado de tempo de emancipação. Agora e a qualquer momento o ser humano se torna livre, o religioso da noite para o dia se torna ateu, o católico se transforma em protestante, o espírita que se torna protestante por causa das duvidas que tinha na sua religião. Este tipo de emancipação de conhecimento mostra que a verdade, constantemente muda de direção nos tempos de hoje. Deixando muitas vezes o individuo perdido em meio a uma rede de estradas em que todas as vias pode se chegar a algum lugar, mas provavelmente este individuo nem sabe mais o porquê ou o sentido de tudo isso, ou o porquê dele achar que esta verdade é mais relevante do que aquela. Este tipo de liberdade é subjetiva, pois dependendo do que o individuo necessita em um determinado momento, ele vai introgetar uma verdade para si.

A disputa de poder é provavelmente o motivo maior para a existência de tantas verdades, volto a falar mais uma vez sobre o fenômeno religioso. Suponhamos que alguém cresça em um lar extremamente religioso, aprendeu sempre a se contentar com pouca coisa, mais um dia ele sai errante pela terra em busca de uma verdade a mais, de repente em um povoado ele se depara com as ciências e com uma sociedade totalmente emancipada e começa a confrontar sua verdade com a verdade daquele povo, há primeira vista lhe causa inquietação, mas com tamanhas provas que são incontestáveis volta para sua casa, carregando todo aquele tesouro que foi o conhecimento adquirido. Chegando no meio de seu povo este conta tudo que aprendeu, mais isto tudo soa como o maior dos absurdos e o mais imperdoável dos pecados. Mas não podendo voltar atrás no que foi aprendido, se vê obrigado a sair do meio do seu povo. Aquilo que parecia bom acabou se tornando um verdadeiro inferno na vida do nosso personagem errante. Parece até um paralelo com a verdade do modelo teórico de Platão.

Quando aceitamos algo como fonte de verdade, acabamos por se tornar escravos desta verdade. E tentamos a impô-la para os que nos cercam achando que com isso eles serão livres de algo que achamos que não é verdade, e ele por sua vez acha que é livre e que você esta preso em algo que não é verdade. Surge ai uma luta travada, a luta pelo poder, todos que pensam ser livres se acha no papel de herói para “libertar os cativos”, mas se esquece que o outro e tão livre quanto ele.

Deste pensamento deixo uma conclusão:
Aquele que você pensa ser escravo de uma verdade própria, na verdade é tão livre quanto você, e tão escravo da própria verdade, quanto você é escravo da sua.

Wellington Johnny
wj-cunha@hotmail.com
Bauman, zygmunt Bauman - O Mal-Estar da Pós-Modernidade - Ed. Jorge Zahar Editior 1998

Um comentário:

  1. Nossa.. que profundo e ao mesmo tempo simples; instigante e ao mesmo tempo claro! ADOREI! ótima inspiração e fonte de reflexão.. Parabéns!

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